[Continuando com trechos das minhas
leituras, a seguir tem um trecho do Diário de Anne Frank. Anne foi uma
adolescente judia que viveu durante o período do holocausto, ela retratava em seu diário o
dia-a-dia no esconderijo que ficou com a família durante mais de dois anos,
para se esconder da perseguição alemã. Infelizmente após a descoberta do
esconderijo, Anne foi levada aos quinze anos para o campo de concentração, onde
morreu. O que me chamou atenção no diário era o grau de abstração que uma
menina de treze anos tinha, possuía um jeito único de observar todas as coisas
que aconteciam ao seu redor, bem como a relação com os familiares e a política.
Ela sonhava em escrever seu nome na história, em ser uma mulher diferente das
demais da época tendo uma profissão e vivendo livremente. Só tenho a agradecer a vinda de Anne para a
terra, as pessoas, que como eu, tiveram a benção de ler seu diário foram agraciadas
com teus ensinamentos e alegria. Anne vive, Anne viverá para sempre em minha memória.
Estou simplesmente emocionada e comovida].
“Mas vi também, através da janela
aberta, um pedaço de Amsterdam olhei sobre os telhados até à linha do horizonte
que de tão azul e de tão límpido quase se não distinguia do céu.
-Enquanto ainda há disto, pensei, um
Sol tão brilhante, um céu sem nuvens e tão azul, e enquanto me é dado ver e
viver tamanha beleza, não devo estar triste. Para qualquer pessoa que se sinta
só ou infeliz, ou que esteja preocupada, o melhor remédio é sair para o ar
livre, ir para qualquer parte, onde possa estar só com o céu e com a natureza,
e com Deus. Então compreende que tudo é como deve ser e que Deus quer ver os
homens felizes no meio da natureza, simples e bela. Enquanto assim for-e julgo
que será sempre assim-sei que há uma consolação para todas as dores e em todas
as circunstâncias. Creio que a natureza alivia os sofrimentos. Talvez eu possa,
em breve, partilhar esta felicidade suprema com alguém que sinta as coisas como
eu. Estamos privados de muita coisa e há muito tempo. Sinto-o como tu. Não
estou a falar de coisas exteriores, as que temos ainda chegam. Não, falo
daquilo que se passa dentro de nós. Tal como tu, eu queria liberdade e ar, mas
creio agora que temos boa compensação disto que nos falta. Foi o que
compreendi, de repente, hoje de manhã, quando estava sentada junto da janela;
quero dizer, uma compensação íntima. Ao olhar lá para fora e ao reconhecer Deus
na natureza, senti-me feliz, apenas feliz.” (Pág. 124).
“Oh, Peter, enquanto esta felicidade
está em nós, esta felicidade da natureza, da saúde e de muitas coisas mais,
enquanto formos capazes de conservar tudo isto em nós, a felicidade voltará
sempre de novo. Fortuna, fama, tudo podes perder, mas a felicidade do coração, ainda
que por vezes esteja obscurecida, torna a vir enquanto viveres. Enquanto
puderes erguer os olhos para o céu, sem medo, saberás que tens o coração puro,
e isto significa felicidade.” (Pág.125).

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