segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Minhas leituras/ O diário de Anne Frank


[Continuando com trechos das minhas leituras, a seguir tem um trecho do Diário de Anne Frank. Anne foi uma adolescente judia que viveu durante o período do  holocausto, ela retratava em seu diário o dia-a-dia no esconderijo que ficou com a família durante mais de dois anos, para se esconder da perseguição alemã. Infelizmente após a descoberta do esconderijo, Anne foi levada aos quinze anos para o campo de concentração, onde morreu. O que me chamou atenção no diário era o grau de abstração que uma menina de treze anos tinha, possuía um jeito único de observar todas as coisas que aconteciam ao seu redor, bem como a relação com os familiares e a política. Ela sonhava em escrever seu nome na história, em ser uma mulher diferente das demais da época tendo uma profissão e vivendo livremente.  Só tenho a agradecer a vinda de Anne para a terra, as pessoas, que como eu, tiveram a benção de ler seu diário foram agraciadas com teus ensinamentos e alegria. Anne vive, Anne viverá para sempre em minha memória. Estou simplesmente emocionada e comovida].


“Mas vi também, através da janela aberta, um pedaço de Amsterdam  olhei sobre os telhados até à linha do horizonte que de tão azul e de tão límpido quase se não distinguia do céu.
-Enquanto ainda há disto, pensei, um Sol tão brilhante, um céu sem nuvens e tão azul, e enquanto me é dado ver e viver tamanha beleza, não devo estar triste. Para qualquer pessoa que se sinta só ou infeliz, ou que esteja preocupada, o melhor remédio é sair para o ar livre, ir para qualquer parte, onde possa estar só com o céu e com a natureza, e com Deus. Então compreende que tudo é como deve ser e que Deus quer ver os homens felizes no meio da natureza, simples e bela. Enquanto assim for-e julgo que será sempre assim-sei que há uma consolação para todas as dores e em todas as circunstâncias. Creio que a natureza alivia os sofrimentos. Talvez eu possa, em breve, partilhar esta felicidade suprema com alguém que sinta as coisas como eu. Estamos privados de muita coisa e há muito tempo. Sinto-o como tu. Não estou a falar de coisas exteriores, as que temos ainda chegam. Não, falo daquilo que se passa dentro de nós. Tal como tu, eu queria liberdade e ar, mas creio agora que temos boa compensação disto que nos falta. Foi o que compreendi, de repente, hoje de manhã, quando estava sentada junto da janela; quero dizer, uma compensação íntima. Ao olhar lá para fora e ao reconhecer Deus na natureza, senti-me feliz, apenas feliz.” (Pág. 124).
“Oh, Peter, enquanto esta felicidade está em nós, esta felicidade da natureza, da saúde e de muitas coisas mais, enquanto formos capazes de conservar tudo isto em nós, a felicidade voltará sempre de novo. Fortuna, fama, tudo podes perder, mas a felicidade do coração, ainda que por vezes esteja obscurecida, torna a vir enquanto viveres. Enquanto puderes erguer os olhos para o céu, sem medo, saberás que tens o coração puro, e isto significa felicidade.” (Pág.125).

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